Fim do encantamento


Eu ainda guardo a frase de uma amiga “o encantamento é a mola propulsora”. De verdade, é mesmo. Encanto-me facilmente por algo ou alguém e me desencanto facilmente também. Quando estou encantada crio um universo em torno do algo ou alguém. Tanto que chego a arrepiar, a ter pressa de viver. É extremamente intenso. Mas um dia olho para esse encantamento e não encontro mais sentido. Acho o alguém ou o algo bobo. Aliás, acho tudo que vivi em torno desse encantamento totalmente bobo. Sinto até certa vergonha interna. Fico olhando para o encantamento com o mesmo olhar de quem derrubou um leite no chão.

É como comer uma barra de chocolate. No começo é maravilhoso, no meio fico completamente envolvida e fico querendo guardar para mais tarde. Mas uma hora chega ao fim. Nesse momento bebo um copo d’água, para tirar o gosto doce da boca, e continuo minha vida medíocre como se nunca tivesse comido o tal chocolate. Quando o vejo novamente já não sinto vontade de comê-lo. Acho que procuro outras opções na padaria. Raramente como de novo o chocolate. Às vezes tenho uma sensação de perda, assim como tenho de qualquer coisa que passa em minha vida. O medo dessa sensação dificulta o fim do encantamento. Mas vejo esse desencanto como algo positivo. É preciso desapegar, a vida é rotativa. E eu vou aguardar o próximo encantamento já que um chegou ao fim.

2 comentários:

João Killer disse...

...
=/

Amanda disse...

olá.....concordo plenamente...

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