Indiferença


Coração frio, a mão não sua, as pernas não tremem, no olho nenhuma lágrima brota, na cabeça nenhuma aflição, indiferença é só isso. Dentro de mim mora alguém e não é um anjo, mora alguém que fica escondido e que raramente se mostra. Mora alguém que não sente medo, que não sente vergonha, que não sente dor, que não sente amor, que não sente. Esse alguém é forte. A vida é dura. É preciso ser forte para aguenta-la, é preciso ser muito forte. E nessas horas eu não posso ser só eu, eu preciso do alguém que mora dentro de mim. A menininha doce e bonequinha que age com o coração e que mora aqui fora não aguentaria os trancos da vida, ela ia só sofrer, e sofrer para que?

Minha mãe costuma dizer que a pior dor é a que a gente tá sentindo. Eu vejo tanta razão nisso.Ultimamente a vida tem sido muito difícil ela tem me tirado tudo, amigos, dinheiro, esperanças e até mesmo vidas. Mas não ando triste. Não ando agindo com o coração, ele adormeceu e a razão está reinando por aqui. Faz alguns dias que não sonho, a realidade me deu um tapa na cara e agora estou do lado dela. Isso me fez mais forte, não estou alimentando nenhuma dor.Levei todas as situações ao seu extremo máximo e percebi que eu vou sobreviver a qualquer coisa que eu vou acordar no outro dia as 7 da manhã, vou trabalhar, vou estudar e terminarei a minha jornada as 22:30 do mesmo jeito, como sempre foi.

Com tantos sonhos e tantas delicadezas me parecia que eu num ia aguentar um monte de coisas e quando tudo deu errado eu me vi de pé enquanto o furacão girava. Nenhuma dor pode nos derrubar, é preciso não alimenta-las, porque assim elas morrem, são como as pessoas que morrem se você não alimentar lembranças, vai esquecer que elas se foram. Só existe uma solução, temos que ser frios e indiferentes.As vezes ficar vivendo tudo o que nos acontece magoa e dói, então é melhor mesmo ignorar. Eu que sempre colocava o coração na frente de tudo o que me acontecia e achava tudo o apocalipse. De repente, acordei e comecei a colocar a razão diante de tudo.É muito bom sair e me divertir e beber, mas a vida me cobra mais que isso, o mundo lá fora tem responsabilidades, chefes, dinheiro e gente de todo tipo e quando eu for lá fora tenho que ser forte e estar preparada para tudo. Agora estou.

Certas coisas não têm nenhum jeito e nenhuma solução, são assim porque são e é só isso, não vale a pena se martirizar e ficar tentando resolver, o melhor mesmo é levar a situação ao extremo e perceber que você vai agüentar qualquer coisa. O coração grita é claro, mas tem que deixar berrar e esperar ele se acalmar para conversar com ele.

Todo poeta, sente dor, mas carrega consigo uma certa dose de loucura, de indiferença e de frieza. Nenhum poeta é só amor, doçura e sensibilidade. É por isso que por vezes eles matam alguém em seus poemas. Poetas carregam consigo acidez ao lado da sensibilidade.É como no filme laranja mecânica, a loucura pode fazer bem, ela não é de todo ruim e precisamos dela. Precisamos mesmo.

Esses dias minhas poesias seriam objetivas, contrariando qualquer poesia.Quem mora dentro de mim? A indiferença. É ela que está comandando esses dias, não sinto dor alguma, alegria, arrependimento, perda, raiva, nada. Quando alguém pergunta sobre meu sofrimento eu digo que ele não existe, estou indiferente a tudo. A faculdade eu já não ligo mais, o sofrimento alheio não me comove e o vazio não me incomoda. É tudo indiferença, mas eu estou forte e tem me feito bem. A indiferença levou os meus sorrisos atoa e deixou um rosto mais sério, mas mais forte. Não sei até quando vai durar. Mas aprendi a lidar com minha sensibilidade que ainda existe, só precisei mescla-la com minha loucura e encontrei o equilibrio quase perfeito. Faltam alguns sonhos, mas de resto está tudo bem. Assim como a loucura a indiferença também pode ser boa, elas ajudam a não alimentar a dor. A Natália um pouco mais ácida e um pouco menos bonequinha que muitos conheceram há um tempo atrás parece ter ressurgido e agora é assim que vai ser. Isso traz maturidade e força e deixa um pouco da menininha de lado. Ambas existem e agora as duas se mostram mais. É só isso.

Domingo legal mesmo sem o Gugu

Certas coisas parecem um presente da vida. Essas meninas ai vieram embrulhadas e tudo. A vida nos dá porradas, mas ela dá uma cama fofinha para amaciar a dor. Foi mais ou menos assim esses dias. Domingo sempre foi um dia morto, mas meus dois últimos domingos foram de alegrias e muitas alegrias. Sabe essa coisa que amizade é a melhor coisa do mundo, isso se tornou fato nos últimos domingos.
Ontem o dia teve sorrisos demais, alegria demais, intensidade demais. E como diria a Débora é tudo culpa dessas moças ai de cima. A gente se diverti com papai noel na loja, dá abraço coletivo na Sandim, derruba cerveja, achamos que a rua da bahia nunca foi tão familiar e para terminar vimos cachorros - coelho.
Tomara que esse dia de alegria e de muitas alegrias se repita muitas vezes, foi um dia de coração cheio com vocês, que venham muito mais.

As aventuras de Natália e João

-"Ai a gente encontra com um anão e um cara de cabelo verde que levam a gente para uma festa num cinema"... Frase do João.
Podia ser só mais um domingão do Faustão, mas essa semana teve dois domingos e nenhum teve Faustão. Domingo não é um dia propicio para sair, mas as coisas andam de um jeito que todo dia virou dia para sair. Eis que o João me vem todo animado:
- Vou para qualquer lugar Nati.
Essa não é uma frase boa pra mim que sou super indecisa, mas tudo bem vamos lá.
Tão tá vamos para A Obra.
Cena 1: Nós dois na porta da Obra e uma chuva do cacete.
Pergunta ao segurança:
- Tá cheio ai?
- Tem duas pessoas.
Cena seguinte: As duas pessoas saem.
Cena 3
A chuva não passa e falamos que poderiamos ir para o Jack, começa a loucura:
- Vamos pegar um taxi até o Jack João?
- Ai vem um.
- Tá cheio, esse também.
- Outro cheio, cheio, cheio...
- É deixa para lá.
- A Obra vai encher quando a chuva passar. (Esperança)
Cena 4: 2 horas depois e a Obra tem 6 pessoas, são meia noite.
- Ótimo vamos para a Velvet tá todo mundo indo pra lá.
- Tá, vamos.
João e Natália saem andando completamente desconsolados da vida e achando que a noite dos dois seria uma merda.
Cena 5: João e Natália encontram dois conhecidos da garota. Um anão e um cara de cabelo verde.
- Oi
- Oi
- E ai para onde vocês tão indo?
- Para a Velvet e vocês?
- Para uma festa no cinema, bora?
Natália olha com cara de interrogação para João e seus olhos pedem que ele responda, pois era uma dúvida muito grande para ela.
João sem hesitar responde.
- Uai vamos.
Cena 6: Os quatro seguem para o carro. O cara de cabelo verde e o anão dizem que a festa vai ser boa. Natália ainda em dúvida e João pensando: - Já estamos lascados mesmo então tanto faz.
Cena 7: Natália e João começam a conversar por olhares e decidem entrar.
Chegam lá e dizem:
- Legal esse lugar né.
- Curti demais.
- Então João uma cerveja?
- Claro, vamos lá.
Mal sabiam eles que essa frase se repetiria a noite toda.
Cena 8: Um ventilador, uma cerveja, uma música, um papo com novos amigos, uns caras de óculos engraçados e Natália e João.
Cena 9: Mais cerveja, muita dança, coisas balançando, confusão com a luz e muitos xixis.
Cena 10: Acho que o anão num estava bem mais.
- João vc tá bem? Tô bebado, mas tô legal e você?
- Acho que tomamos cerveja demais.
Cena 11: O cara do cabelo verde ressurgi. Já é alguma hora da madrugada e tem um filme estranho no telão.
Pula partes
Cena 12: Natália dorme no cinema, enquanto João continua frenético com a música e os novos amigos. Natália acorda e diz:
- Cadê o João.
Cena 13: Natália encontra João sentado e já cansado. São quase cinco da manhã.
Eles vão para a fila pagar. Natália paga e senta no cinema para esperar João, já não há filme na tela e nem forças para a garota ficar em pé.
Cena 14: Senta um rapaz ao lado de Natália.
- Quer casar comigo?
- Não.
Cena 15: João chega
- Vem Nati
- Que bom que você chegou.
- Te tirei de um filme de terror.
- Nossa!
Todos na fila riem.
Cena 15: Os dois vão embora.
- João você sabe ir embora?
- Sim.
Cena 16: Os dois chegam no ponto e têm companhia. Um homem começa a dizer que acha que o ônibus que João e Natália vão pegar não passa naquele dia. João e Natália ficam muito confusos embora tenham certeza que o ônibus passa, continuam no ponto e lá vem o busão. O homem para ajudar dá sinal e os dois vão embora, ainda rindo da noite.
Cena 17: Conclusão: João vai fazer uma camisa escrita: - Não estou ficando com a garota ao lado(no caso Natália) e não sou gay.
Ah, a noite não poderia ser péssima, os companheiros de boêmia sabem que qualquer coisa que inclua os dois seria divertido e algre. E agora eles vão rir dessa noite para sempre. Boa noite anão e cara do cabelo verde.
Para o João:
Um brinde e que venham muitas outras noites de amizade, de alegrias, de sorrisos, de caverna do dragão, já que estamos sempre tentando voltar para casa de madrugada, de arrependimentos e de tudo o que nos vier...hahaha
FIM
Resumo da noite: this is life is real?

Quem sou eu para você?


Há pouco tempo assisti a um filme chamado, "Quem é você para mim?" A câmera na mão me fazia sentir um pouco dentro do filme. Mas nem era preciso isso para eu me sentir naquela história. O filme girava em torno de dois personagens com problemas mentais e mostrava o que eles eram para os outros e o que eram um para o outro. É engraçado perceber o quanto os olhos de cada um distorce a figura de uma pessoa.
Parodiando isso tudo, criei minha própria história, só que ao inverso dessa, “Quem sou eu para você?”. Não preciso perguntar quem é você para mim, eu sei quem as pessoas são e o que elas significam para mim. Mas e eu? Onde fico nessa história? O que eu sou para você? Sinto que não sou ninguém e que basicamente inexisto. Mas não pode ser assim, no fundo do meu coração, que no momento em que escrevo esse texto bate disparado, eu sei que sou alguma coisa, seja ela boa ou ruim.
Você para mim? Você é alguém por quem tenho um carinho imenso. Alguém que eu quero cuidar e proteger e eu nem sei por quê. É uma afetividade muito grande, meus olhos enxergam muita doçura, sensibilidade e amor. Sim, o amor. Eu poderia simplesmente estar falando dele, mas não é o caso. Eu só sei que as vezes quero estar com você. Você não está e então pra mim é só o vazio, mas o vazio também é você. Ouço a sua voz, confesso que a acho linda e é a única coisa que eu posso ter sua nos dias de vazio. Você pra mim? É alguém especial e é alguém que me desperta interesse, curiosidade eu diria. Sei que tens defeitos, mas meus olhos penetraram nas qualidades e se é isso que vejo, é isso que és pra mim. Todo o resto não me importa porque certas qualidades superam os defeitos.
Esse não é o problema, o problema é “Quem sou eu para você?”. Não dá para saber o que os olhos das outras pessoas vêem. Mas não posso ser simplesmente uma página em branco, pois ninguém é uma página em branco para o outro. Pode ser que seus olhos não enxerguem as qualidades superando os defeitos ou pode ser só minha a tal curiosidade ou talvez ela exista ou existiu em algum lugar dentro de você. O “Quem sou eu para você?” faz toda a diferença. Eu queria poder ter elementos para construir essa história com personagens e cenários, mas eu só tenho interrogações.
Quem me dera estar bêbada a todo instante que estivesse perto de ti. Porque assim eu teria coragem de te dizer o que penso, de demonstrar esse interesse, que não é amor, mas é uma curiosidade fugaz que me mata por dentro. Mata? Continuo com a vontade de estar bêbada e de deixar todos os desejos, palavras e abraços saltarem do meu coração. Quem me dera você também estar bêbado para que eu também pudesse saber se existe algum desejo dentro de ti. Se é o medo que atrapalha ou se realmente é um não querer. Tímidos precisam estar bêbados? É timidez? Vou mesclando tudo e no fim me pergunto: - Quem sou para mim e para você? Quem somos nós para nos mesmos? Se eu não for ninguém, não vou insistir. Mas se eu for alguém as portas estão abertas para qualquer tentativa sem compromissos, afinal a vida é de incertezas. E carinho aqui tem bastante se precisar venha buscar. =)
- O que tem depois da ponte?
- Não faço idéia.
- Vai atravessar?
- Vou.
- Mas está chovendo.
- Se eu não for nessa, só na outra.

Castanho

Castanho como o dia, como a cor de seus olhos, como seus cabelos desajeitados, como o céu num fim de tarde. Ela andava pela vida, frágil, mas lutava por tudo o que conseguisse lutar, respirava a paixão por tudo, por cada passo que dava e cada sorriso tímido mostrava a grandeza da alegria que tanto carregava em seu ser. Falava pouco.
Mas tinha vontade de gritar para o mundo o quanto o amava, e ao inverso da sua estatura seus versos externavam a grandiosidade do seu ser, e como sonhava em um dia tudo ser tão belo e tão apaixonado quanto a sua alma,e em poder se repartir com alguem tanto amava.
Jovem, ainda ia a escola, tímida, ficava de canto a muito estudar, inteligente que só, poucos a notavam, mas notava muitos, um em especial.


E a paixão pelo todo
se tornou uma
desejando se unir


Num riso simpático daquele
explosão
o um quis se tornar o todo
e tudo agora o era


Mas esse todo se escondia pelos cantos
e não cantava
e não dizia
simplesmente, e pequenamente sorria


E o sorriso tornou-se oportunidade
e a beijou
tocou, tocou, apertou, puxou
fez se
e nada a fez mais feliz
e assim ela fez


O tempo passou
o tempo passou
e mais nada
nada
nada

Texto em que servi de inspiração escrito pelo meu amigo Marcos. O texto contém duas partes e é baseado em mim e em outra amiga dele, tem um pouco de cada uma nas duas partes. texto completo aqui http://relesdevaneios.blogspot.com/2009/11/castanho-escarlate.html
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