um "meio" de esquentar meus pés


a menina dos balões procura o seu par de meias.
não precisa ser da mesma cor, nem ter os mesmos desenhos ou tecido
a única preferência é que seja de cano baixo,
mas se for de cano alto, dá-se um jeito.
a menina só quer que ele se encaixe em seu pé direitinho,
mas se sobrar um pouquinho daqui ou de lá, não tem problema.
basta que esquente os seus pézinhos com carinho.

a menina só quer que ele ande sempre ao seu lado.
que tope ficar velinho, rasgado e encardido
em uma casinha simples e pequena, porém aconchegante.
que tope dividir os problemas, os medos, as angústias
as alegrias, as diversões, a cozinha e as contas.

não precisa ser de marca, tão pouco ter estampas.
alias quanto mais simples e sem graça melhor.
ela sempre gostou das coisas sem sal mesmo.
esse "meio" só precisa ter um bom coração
a cerimônia com padre, vestido e convidados fica dispensada
ela vai pegar só uma flor, dente de leão, para os dois soprarem juntos
e sentirem a macies dos leves fiapos de algoodão.

a menina anda sem calçado algum, que é pra ver se seu par a encontra em uma esquina qualquer.
ela não sabe bem onde procurar, já olhou em baixo da cama e em paris,
por vezes ela se pergunta se não foi feita sozinha
todas as meias são feitas em par?

a menina não tem resposta para essa questão
mas sabe que quer encontrar um "meio" de esquentar seus pézinhos, tipo pra sempre.


esse texto foi baseado em uma conversa com a delba sobre o casamento. quando eu dizia para ela que queria me casar e ela me dizia que ela também, mas nos questionavámos se isso iria acontecer. eis que o casamento se tornou o assunto da tarde e nos rendeu muitos risos.

foto retirada do site: http://hortadozorate.blogspot.com/2009/05/pipi-das-meias-altas-faz-hoje-50-anos.html

O Palhaço e as bochechas

Clarisse vestiu seu vestido vermelho com bolinhas pretas e foi para a praça. Sentou-se em um banco branco de madeira e ficou a observar os 15 casais que trocavam carinhos na praça. Ela aguardava Lipe. Lembrou-se do dia em que se conheceram em uma festa beneficente. Ele vestido de palhaço alegrava a criançada, ela apenas entregava os presentes. No fim da noite ele tirou uma folha de seda e foi movimentando os seus dedos até formar uma flor que ele entregou para Clarisse. Nesse momento as bochechas da menina engoliram os seus olhos em um lapso de um sorriso sem jeito, mas sincero. O rosto dele escondido pela maquiagem não permitia que ela enxergasse seus traços, mas viu dentro dos seus olhos uma beleza doce. Foi embora achando que nunca mais ia vê-lo. A florzinha se desfez com o tempo e ela viu que dentro daquela seda havia um poema que no fim dizia: "me encontre na praça ás 19 horas." Fazia 5 sábados que ele a aguardava lá. Quando se encontraram deram um forte abraço e conversaram sobre tudo, riram e aos pouquinhos ele foi tocando a mão dela e depois os lábios, ali nascia um amor. Pareciam ter um mundo de coisas em comum e os defeitos lhe pareciam qualidades incríveis.
O tempo foi passando e começaram a descobrir defeitos um no outro, brigavam e não conseguiam chegar a um consenso. Ele já não parecia mais tão palhaço assim e ela já quase não dava o tal sorriso sincero. As coisas pareciam monotonas e ela não reparava mais no ato dele tocar suas mão antes de beijar seus lábios. Clarisse sentiu uma enorme tristeza ao repara naquele fato. Lipe chegou e sentou ao seu lado, eles que antes falavam sobre tudo agora dividiam o silêncio e Clarisse então sugeriu: - vamos deitar na grama e sonhar acordados com algo que a gente queira muito? O menino ficou assustado com aquela proposta. A garota deitou na grama e começou a sonhar de repente, sentiu uma mão tocando a sua e depois uns lábios tocando os teus. Ela abriu os olhos e tinha uma flor em suas mãos. Então o menino perguntou: - Com o que sonhou? E ela respondeu: - Sonhei que estavamos deitados na grama eu com meu óculos escuro que você tanto odeia e você com seu tênis de marca que não me agrada. Os dois sorriram e ficaram deitados observando as estrelas no céu. Contaram 23 estrelas e 6 suspiros apaixonados.

Alegria dos meus dias


A vida é mesmo cheia de surpresas e as vezes ela nos dá alguns presentes. Só pode ser verdade essas coisas de que a vida é o que tem que ser. Esse ano passei por um trilhão de coisas difíceis e em meio a tanta confusão eu fui fazendo novas amizades, logo no finzinho do ano. Tudo começou quando meu chefe me disse: - Você vai corrigir a matéria de dois alunos. eu nunca tinha visto eles e a minha amiga Ana veio me apresentar e fui recebida pelos dois, Raphael Jota e João Paulo, logo com um abraço e foi assim desde então. Gostei dos dois logo naquele momento.
Uns dias depois eu conheci uma moça por causa do seu blog, achei ele tão lindo e os textos tão parecidos com os meus e começamos a trocar comentários. Eu a conheci na faculdade e uma amizade simples, mas bonita foi surgindo e a débora se tornou uma grande amiga. Alguém que me entende sempre e que está sempre pronta pra me ajudar ou pra fazer terapia de grupo.
Eu já conhecia os quatro e nem imaginava quantas pessoas mais eu iria conhecer e o quanto essas amizades iam crescer.Na hora de ir embora eu sempre os via, eles e mais pessoas, no buteco e eles me chamavam pra sentar, mas a minha tímidez não deixava e eu pensava que ia incomodar ou ser um peixe fora d'agua. Eis que um dia resolve ir e sentar, no auge da tímidez me apeguei a Ana que era quem eu mais conhecia. A Ana é como minha irmã mais velha, me protege, cuida de mim, me ajuda e me xinga quando é preciso. E também intermediou o meu contato com todas aquelas pessoas que me fariam tão bem.
Aos poucos eu fui conhecendo um a um, Iara a moça que sempre foi simpática comigo e pareceu me adotar na hora que eu disse oi e mal sabia eu que sentariamos do mesmo lado no ônibus por várias madrugadas e dividiriamos histórias. Depois teve a Clara, nem me lembro direito como foi, pois fizemos amizade rápido e de pouquim em pouquim dividimos segredos, alegrias e tristezas , iamos nos enteder e a amizade ia crescer bastante.
Os meninos eu fui conhecendo mais aos poucos por tímidez mesmo, descobri um cara muito bacana que é o Rapha, seu carinho e atenção comigo. As brincadeiras que fazem todos rir, sim ele é tipico cara que num tem como alguém não gostar, é muita bondade, ele é adorável. O João Paulo eu tô conhecendo aos poucos, mas ele tem um bom coração que dá pra notar de longe e cada dia vamos conversando mais e aumentando a amizade, também tem carinho comigo, é um cara adorável. Tem o Nélio que como ele mesmo brinca estou entrando na vida dele agora, mas confesso que estou gostando e espero que a amizade creça muito. Digo o mesmo para o Marcos com quem falei poucas vezes, mas já se tornou meu companheiro de troca de músicas. Os dois me arracaram sorrisos e trazem alegria. Pouco a pouco quero conhece-los mais.
Meu amigo João Marcelo deve ter achado que esqueci dele, mas não, claro que não. Ele é o cara estranho que quando eu vi pela primeira vez na sala pensei: - quero conhecer esse guri. Eis que descubri que ele pegava o mesmo ônibus que eu e entre um saculejar e outro foi nascendo uma amizade que progrediu muito. Joãozinho se tornou um irmão, pouco a pouco e dividi tudo com ele, ele segurou a minha mão no auge do meu desespero e riu comigo nos nossos apertos. Não poderia te esquecer companheiro de ônibus e o primeiro que eu conheci de toda essa galera. Aquele dia insâno que eu disse que amava você e a Sandim era o mais real dos meus delírios.
Os butecos foram cada vez aumentando mais e a amizade também, entre um brinde e outro uma alegria e outra eu fui fazendo parte dessa rede de amizades, eles dá mesma sala e eu chegando meio perdida, mas eles me adotaram com carinho e sinceramente foram a melhor coisa do meu 2009. Agradeço a todos vocês pela amizade e pelo ano maravilhoso que me proporcionaram. De todas as dores que tive no ano que passou, vocês vieram como um presente e me alegram de um jeito que nem tem explicação. Obrigada por me adotarem e por serem a alegria dos meus dias que 2010 venha com muito mais botecos, a cerveja é só um socializador. Agradeço a vocês por tudo.

Família Contramão



Sei que esse texto tá um pouco atrasado, mas quero falar um pouco do que passou, porque o passado constroe o presente e o futuro. Em balanço 2009 foi um ano bem difícil, mas de tudo que aconteceu de ruim aconteceu uma coisa que fez tudo ficar bem: a amizade. Esses dias vi na tv que podemos ter duas famílias, uma a gente não escolhe a outra a gente escolhe. Nem sei se eu escolhi ou se a vida me empurrou vocês, mas sei que se tornaram uma segunda família. Eu achei que fazer um estágio me proporcionaria muitas coisas boas profissionalmente, mas, de repente, descobri que ele poderia me proporcionar coisas muito melhores e assim se fez uma amizade, regada a muita união e companheirismo.
A hora do lanche se fez a alegria dos meus dias, as pirações com o que iamos fazer de ronda, as risadas de qualquer bobeira, a correção dos textos dos alunos e o melhor de tudo: as festinhas. Mas nem tudo foram flores, contavamos nossos problemas, dividiamos nossas dores e entre choros e sorrisos constituimos uma família, não muito convencional, mas uma família. É engraçado relembrar como pouco a pouco fomos nos unindo e deixando de ser colegas de trabalho para nos tornamos parentes de primeiro grau.
Fomos a parque de diversões, pizzarias, jogavamos adedanha e morriamos de rir do hélio, fizemos festinhas na casa da áurea e da juli, sorrisos por todos os lados, alcool e muita, mas muita alegria. Naquele aquário eramos peixes felizes e apesar de fora d'agua estavamos felizes. É como o Felipe sempre dizia: "- Ganho mal mas me divirto." Sim, era a mais pura verdade, o baixo salário era compensado com uma alta amizade. Um a um vocês foram saindo e só restou eu e a sandim e jurei que também seria a única amizade que ia restar, mas não foi assim. Ainda trocamos e-mails e até fizemos um amigo oculto.
Bom só me resta agradecer vocês, Ana Sandim, Áurea, Hélio, Felipe e Juli, pela enorme felicidade que me proporcionaram e que ainda me proporcionam, nossa família vai continuar, porque família é pra sempre. Que venha dois mil e 10 com muito açucar união =) Vocês já moram dentro do meu coração. Um pedaçinho dele é de vocês.

coração do avesso

coração do avesso
batendo do lado direito do peito
veias pulsando como soluços
e o sangue confuso
aortas esquerda e direita já não sabem onde ficar
parecem ter trocado de lugar
o sangue perdido nas artérias
fez todo o meu corpo ficar as avessas


o que ele tem doutor?
é dor de amor.
e qual a solução?
transfusão
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