O Palhaço e as bochechas

Clarisse vestiu seu vestido vermelho com bolinhas pretas e foi para a praça. Sentou-se em um banco branco de madeira e ficou a observar os 15 casais que trocavam carinhos na praça. Ela aguardava Lipe. Lembrou-se do dia em que se conheceram em uma festa beneficente. Ele vestido de palhaço alegrava a criançada, ela apenas entregava os presentes. No fim da noite ele tirou uma folha de seda e foi movimentando os seus dedos até formar uma flor que ele entregou para Clarisse. Nesse momento as bochechas da menina engoliram os seus olhos em um lapso de um sorriso sem jeito, mas sincero. O rosto dele escondido pela maquiagem não permitia que ela enxergasse seus traços, mas viu dentro dos seus olhos uma beleza doce. Foi embora achando que nunca mais ia vê-lo. A florzinha se desfez com o tempo e ela viu que dentro daquela seda havia um poema que no fim dizia: "me encontre na praça ás 19 horas." Fazia 5 sábados que ele a aguardava lá. Quando se encontraram deram um forte abraço e conversaram sobre tudo, riram e aos pouquinhos ele foi tocando a mão dela e depois os lábios, ali nascia um amor. Pareciam ter um mundo de coisas em comum e os defeitos lhe pareciam qualidades incríveis.
O tempo foi passando e começaram a descobrir defeitos um no outro, brigavam e não conseguiam chegar a um consenso. Ele já não parecia mais tão palhaço assim e ela já quase não dava o tal sorriso sincero. As coisas pareciam monotonas e ela não reparava mais no ato dele tocar suas mão antes de beijar seus lábios. Clarisse sentiu uma enorme tristeza ao repara naquele fato. Lipe chegou e sentou ao seu lado, eles que antes falavam sobre tudo agora dividiam o silêncio e Clarisse então sugeriu: - vamos deitar na grama e sonhar acordados com algo que a gente queira muito? O menino ficou assustado com aquela proposta. A garota deitou na grama e começou a sonhar de repente, sentiu uma mão tocando a sua e depois uns lábios tocando os teus. Ela abriu os olhos e tinha uma flor em suas mãos. Então o menino perguntou: - Com o que sonhou? E ela respondeu: - Sonhei que estavamos deitados na grama eu com meu óculos escuro que você tanto odeia e você com seu tênis de marca que não me agrada. Os dois sorriram e ficaram deitados observando as estrelas no céu. Contaram 23 estrelas e 6 suspiros apaixonados.

4 comentários:

m disse...
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R@mon_Vitor disse...

:o.
Muito bom isso. Paixão é bem assim, vai vai e acaba, as saber lidar com as imperfeições do outro é o que sustenta. Sustenta a relação; mas a paixão se acabam e ficam essas palhaçadas e sorrisos.

Gostei. Parabéns.

João Killer disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Killer disse...

Um texto que faz uso de palavra (palhaço) alegre pra mostrar a simplicidade do gostar e seus momentos de descobertas e conflitos. O amor deve ser como a vida de um palhaço, às vezes, rimos por estarmos felizes, outras vezes fazemos os outros rirem das nossas frustrações amorosas. Gostei.

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