sala de espelhos

O suor da minha alma embaça as várias faces de mim.
Espelhos refletem o vazio da minha insônia solitária.
Era o entrelaço de nossas ternuras que eu procurava naquela nudez.
Os livros não escrevem a chuva ácida da mulher que chora naquela poltrona escura.
O quadro nem chega perto de pintar o velho cheio de dentes na boca.
A luz corta a minha carne e corroe os meus ossos.
Os arbustos inspiram minhas viceras mortas.
Eu encontro o passado cheio de roupas.
Meus ombros negam-se a usar vestimentas.
Os meus olhos traduzem o assasinato de minha dor.
Meus braços setenciam o fim do meu calor.
Arranco o espelho e me torno parte dele.
Qualquer aproximação reflete o que me trouxeres.
Não me espere para o jantar.
Tem 14 passos querendo sair de dentro de mim.
Enquanto os pássaros procuram a janela dos meus pulmões,
minhas traqueias gritam o recomeço.

2 comentários:

G.C disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
G.C disse...

o recomeço...

o bom é partir daí, com serenidade e equilibrio das coisas. quando as coisas não fazem sentido a gente teima em esperar ou procurar demais. de fato, há muito o que se fazer quando há desconexão, mas existe um sentido leve, que nos desperta o brando, mesmo que não seja possível denominá-lo.

é bom tomar sol, sentir carinho e se dispor a amar o que ainda há pra se viver, todo mundo precisa de um pouco disso. já te vi triste e feliz, e, cá entre nós, prefiro o seu sorriso - tão bonito - quando vc tá feliz.

um beijo

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