cônjuge













as silhuetas se confundem a cada aproximação
recoste tua a alma a minha, ela pedia
perdida nos vários fragmentos de si
urgente era o abraço
aquele abraço que não vinha

o caminho era longo
queria mesmo era chegar a lugar nenhum
a noite era minima
repleta de desejos ocultos
esses sorrisos fazem morada em mim
mas vê-los agora está além de minhas pupilas

eu queria era perde-me em seus cabelos
queria perder-me em todos meus anseios
comer-te até o fundo
ver o corpo e o coração desnudos
sugar o sangue
só pra encontrar a alma
o tal abraço urgente

entre um vagão e outro há sempre um espaço pra fumantes
entre um cigarro e outro eu fico a me perguntar:
todo preterito é imperfeito?

queria mesmo era conjugar o tempo
ou quem sabe cônjugar o tempo
se é que isso é possivel.

foto de Christoffer R.

2 comentários:

Marcos disse...

é uma bonita analogia entre espaço, tempo,viagem e outras.
interessante como vc consegue criar esse paralelos.
lindo texto um pouco mais fechado que os outros, diferente..
sempre é bom te ler!!

G.C disse...

"faça um acordo com o tempo: nem vc foge dele nem ele te persegue. um dia vocês se encontram".

Concordo com o Marcos, o texto tá fechado... é o tipo de leitura que eu gosto.

a vida é sábia, continue buscando o seu espaço e encontrando suas pausas.

gostei muito!

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